segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Falta Muito?

Se fosse possível sentir mais saudades meu corpo arderia em chamas e diferente dos contos de Shakespeare, eu não morreria de amor, eu queimaria.

Se fosse possível sentir menos saudade eu não teria mais medo de dormir por encontrar você, meus primeiros pensamentos não seriam seus, e a viagem para o trabalho seria lendo um livro que você não indicou.

Não é possível sentir mais, não é possível sentir menos, não há controle no sentir, somente no agir. Escolhi não reagir, fingir-me de distraída até que você vá embora daqui. E nessa ilusão, finjo que a espaço para recomeçar, não funciona, mas vou persistir. Talvez pinte de preto o azul que você deixou. Nada sobressai ao preto.

Recomeçar não é uma escolha ou estado de espírito, é uma ação da atmosfera, não há como acelerar a volta do sol, tudo tem seu ciclo a se cumprir. E nem todas as etapas serão de verdes campos, afinal, é preciso chover para florir.

Preciso tirar essas algemas e aprender a pedalar na chuva. Só assim não queimarei esperando que a terra gire para trás ou volte a me fazer chorar de tanto rir.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Arrependimento

Algumas ações têm consequências irreparáveis, e causam tal estrago dentro de nós, que congelam nosso corpo, impedindo-nos de enxergar até mesmo um Papai Noel de vinte metros ao lado. E independente de qualquer lição aprendida, o arrependimento é inevitável, e inevitável também é o bloqueio que o arrependimento causa, já que gato escaldado tem medo de água fria.

Não acredito nesse livre arbítrio dos dicionários. Não há liberdade. As consequências nos chantageiam e nos fazem reféns das escolhas pré-programadas pelo mundo. E aquele que ousar arriscar, receberá trinta dias de sorrisos, quase acreditando ter burlado o sistema, mal sabendo que virão dias sem fins de chibatadas.

Somos observados e avaliados a cada instante, porém não há provas semestrais ou recuperação, receberemos a nota somente ao final, quando nada mais pode ser mudado. Que Deus me perdoe, mas acho esse tipo de avaliação falho. Não há como disponibilizar na nuvem os feedbacks individuais? Do contrário, é como mandar um funcionário embora sem ao menos ter lhe chamado a atenção uma única vez.

Não é uma reclamação. É uma constatação. Quando se descobre que o diamante era carvão, a pedra mais bela fica sem brilho, e não há mais como separar o joio do trigo. E minha memória tão fraca não esquece essa lição aprendida.

Alguém escute minha prece e devolva-me os sonhos de dois anos atrás, quando eu ainda acreditava que amor não era apenas férias de verão ou uma peça com curta temporada.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O Amor

"Histórias de Amor com o Trabalho", nunca vi um livro com este título. Que pode um escritor escrever se não sobre o amor? Sem ele impossível usar as palavras manhã de domingo, pássaros ou cravos. Não conheço poesias falando sobre álgebra. Nem tão pouco apostilas de como não cair nas armadilhas do lado esquerdo. Aquele que escreve pode falar bem sobre tudo, mas somente estará completo havendo dor ou sorrisos. Do contrário, será apenas um colecionador de palavras.

Quando a dor de barriga aparecer escreverei toda noite, não há outra fonte, e quando passar restarão textos que eu nunca teria rabiscado. Darei entrevista no Jô Soares, com subtítulo: "Histórias Reais", e cada personagem comprará um exemplar ansioso procurando seu capítulo, que infelizmente terá sido cortado pelo editor junto a outras histórias curtas. Porém não curtas como minha memória ao vê-los na fila de autógrafo com um sorriso amigo de quem gostou do final: "E juntos foram a Acapulco".

Assim como livros, às vezes penso que não há mais historias de amor a serem inventadas, Shakespeare se foi. E atravessando a rua de repente me deparo com a sessão de romances com castelos imensos de livros, e pela centésima vez a vida me surpreende, como a piada que damos risada quantas vezes for contada.

Sem Você

Quando eu aprender a viver sem você não será dia e nem noite, será marrom, terão se passado setenta anos e eu estarei vestida para o ano novo. O ar será doce e colorido como desenho de criança, a paz será regra inquebrável, e assim todo meu gênio que te levou pra longe, não será mais problema. Haverão aplicativos onde escolheremos que momento reviver e lá uma nova história será escrita e não precisarei lembrar de você em dias como hoje, quando acaba a pasta de dente.

O episódio termina e não vejo benefício em o Finn ter devolvido a memória a Marceline. Será mesmo necessário que a verdade seja presente para que haja felicidade? Prefiro mesmo o mundo da fantasia, de quando somos crianças e até voar é possível mesmo que seja na imaginação. Afinal, tem lugar melhor para se viver do que na criatividade dos sonhos acordados?

Ganhei uma nova muleta de presente hoje. Isso me traz esperança no maquinista dos tempos. Vou usá-la diariamente sem dependência. E manter aquela lista de coisas que quero fazer sozinha, tenho setenta anos para atualiza-la periodicamente. Com sorte esquecerei das primeiras páginas. E esquecerei você.

Ah! Quanta bobagem. Que felicidade pode haver em uma lista de tarefas? Talvez satisfação, contentamento, mas não aquela felicidade que causa dor de barriga. Aquela, você sabe qual é, que quando fingimos não lembrar, o mundo nos lembra. Talvez se como no tempo de Jesus houvesse agora um rei que abatesse todos aqueles que têm seu nome ou um belo sorriso, eu poderia esquecê-lo e seguir feliz. E não apenas seguir.

Injusto que apenas chocolate tenha gosto de chocolate. Cada momento tem único sabor. E sempre há quem diga que descobrirei temperos melhores. Mas eu sei, nada será tão saboroso como o brigadeiro que nunca fizemos. O jejum juntos ainda é minha comida favorita.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Falecido

Adjetivo dado a quem vem a faltar. Mesmo que ainda viva. Ao menos essa é minha definição. Falecido é todo aquele que vive dentro de nós, mas que já não se encontra o sorriso.

Para os judeus, o luto dura nove meses. No manual de estatísticas a duração é de duas semanas. Não podem saber, nenhum deles fala formigues. E não importa se são quatro ou dezesseis quilômetros que separam dois corpos, o que determina o luto é não poder mais se dispor do outro.

A dor deve durar uma noite, nem mais e nem menos, uma noite. Vinte e nove amigas receberam esse conselho. Vou publica-lo com codinome Nola Devlin, será meu livro de cabeceira, e então poderei seguir cada conselho dado.

Há poucos meses estava eu com o carpete encharcado, agora a seca faz rachadura no solo, cicatrizes na alma. E não há o que fazer além de esperar que a natureza retome seu ciclo. Enquanto isso nenhuma gota, nenhuma lágrima, nada.

São quatro estações. Quatro fases da lua. Quatro elementos da natureza. E quatro é o trevo da sorte. A vida é composta de fases, plantar, regar, esperar e colher. É tempo de novo plantio, hora de preparar o solo com cuidado, para que no próximo ano tenhamos mais sorrisos.

Cataclisma

Enquanto eu viver não provarei mais da emoção de estar de ponta cabeça nos brinquedos do Playcenter. Logo após seu fechamento, pensava nisso todos os dias. E imaginava, meus filhos não sentiram a falta de ar que só um Evolution pode causar. Que bobagem! A frase “não existe um igual a cada esquina” é verdadeira, mas existem outros poucos bons parques. Quem sabe quando o frio passar eu até conheça a Disney. Além do mais, dizem que uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade, talvez se eu me enganar possa achar a Florida quente.
Outra bobagem!

“José é doido por Maria, Maria é louca por João”. Quem diria que as músicas ouvidas quando criança nas oito horas de viajem no Chevette velho da velha caipira traria ensinamentos pra toda a vida. Quem me dera encontrar não só acalento, mas respostas nas voltas da bic azul na fita cassete. Mas não dá, joguei o rádio fora. E não existem mais deles. Falam que preciso me atualizar. Mas ouvi do meu melhor cantor que algumas pessoas passam a vida toda e não esquecem um amor. O que posso eu fazer?

Feliz mesmo foi o Michael, viveu e morreu, e não teve que ver seu parque virar nada. Ninguém merece a dor de viver depois disso. Sempre fui louca por tudo que me tira o ar. Viciada em esportes radicais. Mas nada era tão intenso como aquele Cataclisma. Ou tão doce como ser abraçada pela Montanha Encantada. Lá todas as emoções eram possíveis. Hoje, ainda é difícil de acreditar que encontrarei outro lugar assim. Rezo, para que o amanhã não demore a me modificar.

Não importa quão grande seja o coração, por dentro são formigas trabalhando. Lentamente. Por fora, posso trancar a porta e jogar no lixo o chaveiro do Splash. Por dentro, não tenho controle, as benditas formigas é que escolhem quanto tempo isso vai durar. E tudo que eu posso fazer é aprender a viver esse processo de modo que a saudade não me sufoque, que a saudade seja apenas um pensamento que vem e vai embora sem estragos.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Lista de coisas possíveis que quero fazer ao seu lado:

- Cozinhar para você;
- Café na cama;
- Cinema em casa;
- Assistir friends e estudar;
- Almoçar um domingo com minha família e outro com a sua;
- Fazer uma tattoo no mesmo dia;
- Ir a um show de rock;
- Te convidar para estar na chegada na 1ª corrida daqui 1 mês;
- Deitar em uma grama e ler nossos textos;
- Comprar pastas de dente até 2063.

Acho mesmo que essa lista é sem fim.

domingo, 10 de agosto de 2014

Onça Quente

É quente aqui. Nem precisei ir a Bahia para sentir esse calor. É quente e macio como uma onça. É quente, macio e posso ouvi-lo no quarto ao lado. A melodia lembra House, a música lembra a cena final de Armagedon. Combinação de doce, charme e emoção.

Gosto do silêncio também.

Meus pés continuam gelados. Faltam poucos dias para a primavera. Não haverão mais chocolates quentes e nem pés gelados. Esqueço e compro meias novas todo inverno. Vou pedir pantufas ao Papai Noel, vindas direto do polo norte e estarei preparada para as noites quentes de pés gelados.

Limparia meus dedos na ponta do lençol. Mas foi presente de Maria, e não encontrarei anti-gordurante para limpar essa enorme sujeira.

sábado, 9 de agosto de 2014

3h33

3h33: estará ele pensando em mim? Com certeza.
3h34: estará ele também pensando em mim? Não, a regra é clara.

Desejei incansavelmente que fosse o contrário. E remei rumo a Guanabara até a água invadir o barco. Agora carrego o peso de vê-lo se afogar todos os dias. É lindo seu amor. Como posso tirar isso dele contando-lhe que existem outros barcos. É para ele como rosa. Como pode o destino de alguém limitar-se a um sim ou não?

Quando escreveram Desencontros deveriam ter amassado e jogado fora. Olha quantas guerras teriam sido evitadas. Gregos e troianos seria apenas aquele bar, naquela noite, com aquela cerveja.

Não há livre arbítrio no sentir. Ou eu estaria inundada. E me faria feliz. O rio é calmo e suave. Sou capaz de correr sete quilômetros e oitocentos metros em volta dele, só para apreciar seu sorriso. Mas isso ainda não me faz feliz.

“Eu quero a sorte de um amor tranquilo” dizia a canção no rádio. Ah! Eu tive sorte. Eu tive quatro verões por ano. Tive bis de sobremesa. E futebol no domingo. Por diabos, porque isso não me fazia feliz?

A frustração de não ser dona de mim posso conviver. Mas não posso engolir este café toda manhã. Viajei, voltei e nada saiu do lugar. Será esse o tão lindo amor que citam nos livros? É bonito de ver. É duro de viver.

Preciso que você também viaje. Me tire esse peso. Sou incapaz de mandar a chuva embora, quem dirá o amor. Quero provar da saudade da sua partida. E rirmos dela quando você voltar com uma blusa nova que eu comprei.

Por favor, seja feliz!

sábado, 2 de agosto de 2014

Migalhas de Pão

Para as formigas são alimento para duas semanas. Para João e Maria era a salvação. Para as crianças é brinquedo em volta do Lago de Patos. Para mim, apenas farelo.

Eu não sabia que farelos tinham gosto de chocolate suíço. Não devia ter provado, eles são caros demais. Terei que vender toda minha mobília para comprar uma dose de farelo.
Pra que?

Não sei como doutores ainda não pensaram da importância de abrirmos Migalhas Anônimos. Do contrário, eu deveria voluntariamente visitar o Mandaqui.

Estou precisando de novos remédios para o sono, essas migalhas estão me causando fortes efeitos colaterais e me atacam o fígado. Ontem me falaram que deve ser bom ser insano a todo tempo. Acho que prefiro provar o avesso.

Vou cortar a medicação. Voltar a sanidade. E como fumante que troca seu vício por chicletes de menta, vou me drogar de cinco a dez quilômetros de corrida diariamente e fazer a inscrição para a São Silvestre. 

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Arroz e Feijão

Criolo, Preto, Azul ou Roxo, tanto faz, contanto que fosse entre essas opções. Tinha certeza de ter fotofobia, o branco me irrita as vistas. Aos quatorze descobri que branco engorda, decidi não arriscar, pretinho básico não tem erro. Mas e agora aos trinta, não posso casar de preto. Provo um vestido branco, e gosto, não gosto de gostar, mas gosto.

Nunca liguei para minha reputação, mas vão achar que bati com a cabeça se eu entrar de branco. Ficarei gorda e terei que jogar fora todos os outros vestidos escolhidos a dedo, alguns até costurados a mão. Porém, aquele vestido branco me caiu como uma luva, outro não servirá.

Vamos comprar um labrador em agosto. Feijão, esse é seu nome. Colocarei um porta-retrato dele com as crianças ao lado da cama, assim ele não ficará triste por dormir no quintal. E eu não ficarei triste por as crianças não gostarem da minha comida. Que importa, eu tenho arroz e feijão, o simples sempre será o mais saboroso.

Vou tirar o vestido para andar de bicicleta. Alguém me ensinou que azul-marinho é a cor mais linda. Aproveitarei para pedalar a noite, preciso aprender sobre as estrelas para parecer interessante. Não posso esquecer os pães. Só eu sou apaixonada pelo meu arroz e feijão. Ainda bem.

Ganhei um livro de receita de sardinha, minha memória vive me deixando na mão. Semana que vem é nosso aniversário. Ao menos eu inventei assim. Vou comemorar todos os dias para ninguém perceber que esquecemos.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Cravo Doce

Ele acredita em astros, talvez se eu fingir que acredito poderei decifra-lo. Não são os astros, é ciência, lua minguante a maré abaixa. Hora de aprender a nadar, talvez eu até arrisque umas cambalhotas, e quando a maré voltar a subir irei até a ponta da areia fazer castelos e esperar ela acalmar.

Se Tritão fosse meu rei, não precisaria dos castelos de areia, e nem teria medo da maré. Será que se eu também fosse peixe deixaria de sentir a brisa? Será que quando deixamos de ser crianças paramos de falar “e se?” Ou será o contrário?

Quando eu for grande vou comprar uma bicicleta azul e pedalar até ficar criança. Depois vou colocar uma rede larga na varanda e pintar o muro de cinza sol, assim não fará mais diferença quando os dias forem nublados, afinal, eu terei um muro e uma rede larga.

A brisa está quente, acho que vou correr até São Francisco, ouvi dizer que lá os cravos são azuis, do azul mais doce que pode existir. Vou plantar uma dúzia, para nunca acabarem. Inventarei uma sobremesa azul para um domingo à tarde, e lhe darei o nome de cravo doce, assim não precisarei mais correr tanto.

Vou colocar um poema no bolso e leva-lo para onde eu for. Nem cravos são tão saborosos quanto esse sorriso. Não posso deixar meu Alzheimer levá-lo. Implantei um despertador novo, cheio de alarmes, preciso ir.

domingo, 27 de julho de 2014

Um Novo Fim Foi Escrito

Pra quem cresceu ouvindo Eduardo e Mônica, não existem amores impossíveis, e assim era ela, intensa. Já ele era sereno, acreditava em astros e em jogos de xadrez, e que tudo tem um fim.

Alguns finais a vida escolhe. Outros o tempo determina. Ela achava que “Como Cães e Gatos” era o filme que os definia, mesmo nunca tendo assistido. Mas como se tivessem sido inspirados por “Cidade dos Anjos”, eles eram incompatíveis.

E como um anjo que pula de cabeça ela descobriu o amor quando pode sentir seu cheiro pela primeira vez. E descobriu a dor do amor quando chorou por ele pela última vez. Nenhum dos sentidos será igual, olfato, tato, paladar, audição e visão, todos foram aguçados após esse encontro. Seja pelo que foi vivido, seja pelo que foi sonhado, ou seja pelo que nunca será vivido.

Não se pode viver em vão. E não podem dois corpos se fundirem sem que algo seja transmitido. E depois desse instante ela é intensa-serena, e torce para que vice-versa seja verdadeiro.

A vida muda todos os dias, cada dia é uma nova vida, e cada mudança nos modifica também. Ninguém precisa parar de respirar nem dentro e nem fora de nós. E deixemos o adeus para os clássicos do cinema. Nos utilizemos do aconchego do até logo. São dois caminhos diferentes, mas ela míope, mal pode pegar o ônibus sem encolher os olhos, que dirá conhecer o fim da estrada.

Daqui cinco anos ele tocará no casamento dela, ou ela será professora do filho dele. O destino sempre nos surpreende. Ou talvez eles se encontrem em uma próxima vida, compatíveis. E novamente um novo fim seria escrito.

Adeus de Rodoviária

Assisti nos mais belos romances, personagens descerem do trem e voltarem correndo para um último abraço. Mas não era esse o caso, o trem já havia partido, ele precisaria pegar outro trem voltando simplesmente porque ela não havia dado seu adeus. E isso, isso, eu não havia visto nem nos mais tristes filmes.

Tanto a ser dito, e nada faria diferença. Não havia outro tempo, somente aquele instante. Não havia mais espaço para nenhum porquê, para nenhum pensamento que não fosse...

Abraçaram-se. E se deram conta que seria a última vez que seus corpos estariam colados. Mãos enlaçadas em seus corpos, transformando-os em um. A respiração ganhou o mesmo compasso. Sabia que não encontraria aquela essência em prateleiras, aquele cheiro era sinal do adeus. Então lábios que nunca fizeram questão de um encontro, como que atraídos se procuraram. E quando todas as constelações se alinham, como abrir os braços?

“52 Maneiras de Dizer Adeus” seria o mais vendido pelo New York Times se alguém fosse capaz de escrevê-lo. E seria uma catástrofe. Fabricas de sorvete seriam fechadas. Dying Now não seria escrita. E amar seria um verbo sem conjugação.

Ontem choveu no meu quarto. E hoje os anjos cantavam enquanto eu secava o carpete com o secador. Quando terminar de secar vou plantar cravos brancos e receber a primavera.