Queria ser amada. Amada mesmo, igual nos filmes de comédia romântica, ou aquele casal que conhecemos, e nunca somos nós. Queria aquele amor de adolescente, amor dedicado, que fica pensando em formas de fazer o outro feliz, amor que envia cartão postal com bilhete apaixonado atrás, que faz surpresa com o simples, e com uma caixa de bis nasce um montão de emoções.
Queria a ilusão do para sempre, do amor de outras vidas, da
sensação de ter encontrado a pessoa feita para você e vice-versa. Queria
sonhar. E ouvir "Eu te amo" todos os dias, sem economia, como
fazíamos na juventude. Queria aliança de compromisso, com ursinho de coração e
cartinha escrita à mão, com direito a desenho colorido. Queria caderno de
perguntas respondido, para saber cada detalhe do meu grande amor.
É louco que os relacionamentos da adolescência tinham mais
estabilidade e compromisso do que os da vida adulta, tão voláteis e frágeis.
Falta amor. Fiz 38, e percebi que acabaram minhas fichas de amar e ser amada.
Eu estou cansada demais (vejam meu texto anterior) para as desilusões. Tudo que
eu posso oferecer para mim mesma é uma vida robótica, e uma busca por paz.
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