Ele tem lábios rosados, sorriso doce, que encolhe os olhos quando ri. Se fico a menos de um metro de seu rosto, posso ouvir sua boca silenciosa dizer “me beija”. Ele não diz, mas eu escuto. E respondo também silenciosamente “eu quero”. Ele entende a resposta quando balanço de um lado para o outro meu cabelo e, me beija.
Me beija, me toca a face com sua face, suas mãos deslizam
pelo meu pescoço e cabelo; nesse instante uma explosão intergaláctica acontece,
diversos astros perdidos em orbita se encontram, há um alinhamento estelar. É
mágico, há uma aurora boreal em nós.
Eu o abraço, igual aqueles abraços do “Chegadas e Partidas”
quando alguém querido regressa de uma longa viagem. Um abraço que sente, sente
cada parte da pele que toca, sente os braços entrelaçados como em uma dança de forró.
Um abraço que tem cheiro de alma e sabor de melodia.
Coincidimos por 18 horas e 34 minutos. E depois a terra
voltou a girar. O sol nasceu, a vida correu. Mas eles sabem, essa manhã tem
outro gosto, paladar de quem provou de uma sobremesa gostosa, de receita
desconhecida, e rara de esbarrar. Um doce que deixa energia no corpo, e quem
nos vê não pode entender de onde vem tanta luz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário